Histórias de superação marcam as semifinais da modalidade Park do STU Open Rio

Britânica Sky Brown e porto-riquenho Steven Pinero avançam para final com melhores notas, mas Praça Duó presencia momentos marcantes de brasileiros

O que o bowl da Praça Duó, na Barra da Tijuca, contou neste sábado (08/10) daria um roteiro de um belo filme de ação e superação, baseado em fatos reais, e até mesmo um livro que figuraria como bestseller por um longo tempo. Pelas semifinais da modalidade Park do STU Open Rio, seja no feminino ou no masculino, o que se viu foi um enredo pouco visto na história do esporte, em que quedas, dores e lágrimas se transformaram em sorrisos e vibração de uma forma única e emocionante. Por que não um aperitivo para as finais deste domingo?

Primeiro, as semifinais das meninas. Apesar de ter terminado com um leve domínio das skatistas estrangeiras, com cinco delas entre as oito classificadas para a grande final, foram duas brasileiras que passaram por momentos de dificuldade, apreensão e glória. Na primeira das duas baterias, Raicca Ventura, atual campeã brasileira, que prima por um skate agressivo e muito técnico, acabou não conseguindo encaixar boas voltas e ficou apenas com a quarta melhor nota. O choro a derrubou, ficou inconsolável. Dependeria da segunda bateria.

Momento em que entra a história de outra brasileira, Isadora Pacheco, uma das representantes do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Uma queda na terceira de suas quatro voltas também a levou às lágrimas. A competição teve que ficar parada por alguns minutos a mais para que fosse atendida. Seria capaz de voltar, dar a volta por cima e ainda pegar uma das oito vagas para a final? Foi o que fez. No fim, última volta perfeita, que lhe garantiu justamente a oitava vaga. E quanto à Raicca? Mesmo diante de sua decepção, sua nota a fez passar em sétimo.

“Fiquei decepcionada, porque errei o que vinha acertando no treino. Achava que não fosse passar, pelo nível alto que viria na segunda bateria. Acabou que deu certo e ainda passei com a sétima melhor nota. Agora, começa tudo do zero na final e vou buscar chegar o mais próximo da perfeição”, desabafou Raicca, que tinha a amiga Isadora ao seu lado explicando o que aconteceu na queda:

“Fui finalizar o disaster (uma manobra) e acabei caindo. Bati com o cóccix e com o cotovelo. Até chorei um pouco e, quando vi, já tinha o atendimento médico dentro da pista querendo me tirar de maca. Disse que não, era só uma dorzinha (risos). Mas tinha que voltar focada para a última volta para ainda me garantir na final. Graças a Deus, deu tudo certo”, disse, admitindo que Sky Brown, da Grã-Bretanha, e Sakura Yosozumi, do Japão, estão num nível muito alto de skate.

Ela fez esse comentário porque foram justamente as duas, medalhistas de bronze e ouro na Olimpíada de Tóquio, respectivamente, que tiraram as maiores notas nas semifinais. Sky, aliás, foi a única a superar a casa dos 60 pontos, com a nota 61,33 – Sakura fez 56,13. A melhor brasileira dentre as classificadas para a final foi Dora Varella, outra skatista que representou o Brasil no Japão, que terminou com a quinta maior nota (47,00).

“É muito legal estar aqui no Brasil e andar com as brasileiras. São todas amigas. O ambiente aqui é muito alto-astral. Fiquei satisfeita com meu resultado e espero dar boas voltas na final também”, disse uma simpática e sempre bem-humorada Sky, que ainda confirmou ter o sonho de disputar numa mesma Olimpíada o Skate e o Surfe, este seu primeiro grande amor no esporte por influência do pai.

História dos irmãos Luizinho e André Mariano emocionou a todos

Terminada a semifinal feminina, entra em cena a masculina, num nível ainda mais alto. Já na terceira e última volta de cada skatista, o brasileiro André Mariano, o Minhoca, acabou caindo de mau jeito e teve uma luxação séria no ombro esquerdo, que acabou deslocado. Muita dor, lágrimas e apreensão. O local foi logo imobilizado, e ele ainda teria que sair dali para fazer uma radiografia. Até ali, o cenário de classificação é o que dava uma dramaticidade a mais ao que acabara de acontecer.

Minhoca tinha a oitava melhor nota, o que o garantiria na final. Só que, pela lesão, já era certo que não conseguiria estar nela. Se terminasse assim, a final só contaria com sete skatistas. E adivinha só quem acabou ficando justamente com a “sua vaga”? Exatamente: o irmão Luiz Francisco. Assim como nas quartas de final, Luizinho ligou o “modo emoção” no mais alto grau e deixou tudo para a última hora. Antes de entrar na pista para a última volta, apontou para o irmão e disse que acertaria por ele. Que volta! E a vaga na final garantida.

“Quando vi o que aconteceu com ele, aquilo mexeu comigo, claro. Além de irmãos, somos muito amigos, muito colados mesmo. Ele mal poderia voltar para dar a última volta dele, nem sequer disputar a final. Ele virou pra mim e disse: ‘vai lá e faz essa por mim, você merece, essa é sua!’. Imagina como eu entrei na pista, né! Vinha errando umas manobras e aquela era minha última chance. Apontei pra ele e fui. Fiz por mim e por ele. E deu tudo certo. Não tinha como não deixar a pista e correr para o abraço com ele”, relatou Luizinho.

A maior nota da semifinal foi do porto-riquenho Steven Pinero, que cravou um 78,67. O americano Tate Carew (76,90) e os australianos Kieran Wooley (75,83) e Keegan Palmer (75,50), este medalhista de ouro em Tóquio, vieram na sequência com as melhores voltas. O melhor brasileiro na semifinal foi Pedro Barros, prata na Olimpíada, que fez a quinta melhor nota (75,13). As finais deste domingo passam ao vivo no SporTV e na cota oficial do STU no TikTok, a partir das

O STU Open Rio é apresentado pelo banco BV e patrocinado pela Monster Energy e pela OI. Tem o TikTok como Media Partner e a Tiger como cerveja oficial do evento. Windsor e LSH by Own são os hotéis oficiais. É homologado pela CBSk, tem apoio do Canal Off e da Drop Dead e apoio institucional da Subprefeitura da Barra da Tijuca e do Comitê Olímpico do Brasil.

RESULTADO PARK FEMININO

(as 8 classificadas para a final)

1 – Sky Brown (GBR) – 61,33

2 – Sakura Yosozumi (JAP) – 56,13

3 – Minna Stess (EUA) – 49,83

4 – Naia Laso (ESP) – 48,67

5 – Dora Varella (BRA) – 47,00

6 – Louise-Aina Taboulet (FRA) – 45,00

7 – Raicca Ventura (BRA) – 42,67

8 – Isadora Pacheco (BRA) – 42,13

RESULTADO PARK MASCULINO

(os 8 classificados para a final)

1 – Steven Pinero (PUR) – 78,67

2 – Tate Carew (EUA) – 76,90

3 – Kieran Wooley (AUS) – 75,83

4 – Keegan Palmer (AUS) – 75,50

5 – Pedro Barros (BRA) – 75,13

6 – Murilo Peres (BRA) – 74,00

7 – Luiz Francisco (BRA) – 73,50

8 – Gavin Bottger (EUA) – 73,00

PROGRAMAÇÃO:

09/10 (domingo)

12h às 12h45 – Treinos livres Park feminino

12h45 às 13h30 – Treinos livres Park masculino

13h50 às 14h50 – Final Park feminino (ao vivo no SporTV3 e no TikTok)

15h às 16h – Final Park masculino (ao vivo no SporTV3 e no TikTok)

16h às 16h30 – Cerimônia de premiação

FOTOS:

Isadora Pacheco – Pablo Vaz/STU

Luizinho e André Mariano – Tauana Sofia/STU

/// FONTE Assessoria de imprensa do STU 2022 – SMG Brasil

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Por Sagaz

/// Diretor de Arte por profissão e Skatista da vida. Conhecido como Julio Sagaz no Vale do Paraíba/SP, skatista overall desde 1995, passando pelas marcas Ramp Real Street/Santos, Posso! Caçapava, Posso/Adidas, Posso/RedNose e DoubleM. Atualmente é diretor da agência de publicidade e criador do maior portal de skate do vale do Paraíba a Skate Vale Brasil. O portal se destaca não apenas por divulgar os principais picos de skate, pistas, principais eventos e talentos do skate, mas também por ser a única mídia de skate que inclui LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) em sua plataforma, promovendo a inclusão e acessibilidade. 🛹💥🤟🌎📌📸 #juntossomosmaisfortes #skatesalva #mapadaspistas #valedoparaibasp