Com a medalha de bronze, Augusto Akio (91.85 na terceira volta) estreou em Olimpíadas colocando o Skateboarding brasileiro no pódio do Park masculino nos Jogos de Paris. Em uma final emocionante, com Pedro Barros (prata em Tóquio 2020) em quarto (91.65 na terceira volta) e Luigi Cini, mais um estreante, na sétima posição (76.89 na terceira volta), o Brasil repetiu a escrita de Tóquio 2020, como único país com três representantes na final.
O pódio ainda teve o australiano Keegan Palmer na primeira posição (93.11 na primeira volta) e o norte-americano Tom Schaar (92.23 na segunda volta).
Final
Repetindo a escrita de Tóquio 2020, o Brasil foi o único país a garantir os três representantes na final do Park masculino. No Japão, Pedro Barros garantiu a prata, Luiz Francisco ficou com a quarta colocação e Pedro Quintas foi o oitavo.
Augusto Akio garantiu o bronze em sua terceira e última apresentação, com um 91.85.
“Estou muito contente. Eu conquistei a medalha de bronze nessa Olimpíada de Paris 2024. Para mim é uma conquista enorme, que não é só minha, é de todos os meus familiares, que sempre me apoiaram. Dos meus amigos, que andam de Skate comigo no dia a dia. Dos meus patrocinadores, que me dão incentivo e apoio. E essa medalha também vai muito além. Ela também é de todo mundo que faz acontecer a cena do Skateboard. Porque é uma comunidade que realmente procura ajudar um ao outro, que tem cuidado e carinho pelo próximo. Foi muito emocionante estar lá na final, competindo junto com o Luigi Cini e o Pedro Barros, que nós três fomos os representantes (do Brasil). E ter chegado até a final já foi uma conquista muito grande. Eu estou muito contente, também, de ter dividido o pódio com o Tom Schaar e com o Keegan Palmer. Keegan Palmer que é uma grande referência, mas também é meu amigo. Tom Schaar, também, um cara que admiro muito. Ter chego aqui, ter dividido o pódio com esses skatistas, ter andado de Skate com a galera, só me faz ter mais amor por isso. Muito obrigado para todo mundo que torceu, que pode ter certeza que isso fez a diferença. Obrigado, galera! Obrigado de verdade!”
Na sequência pela ordem de apresentação, Luigi Cini também teve sua melhor nota na terceira volta, com 76.89.
“Hoje foi um dia que vai ficar na minha memória para sempre. Foi um dos melhores dias da minha vida! Essa energia eu nunca tinha sentido antes, toda essa galera. Sentir o povo brasileiro que estava aqui e todo mundo que estava assistindo de casa. Toda essa energia foi muito especial para mim. Poder estar representando o País nessa final junto com o Japa, que é meu amigo desde que eu era muito criança, e o Pedro, que sempre foi meu ídolo e hoje em dia eu posso chamar ele de amigo. É um dos meus melhores amigos. Nós somos uma família. São dois irmãos que o Skate me deu. Estou muito feliz e foi muito especial ter participado dessa final e com o Japa trazendo essa medalha para o Brasil foi coisa linda, muito irado de ver. Agora a gente vai comemorar muito, confraternizar. E essa medalha significa muito para o povo brasileiro e para o Skateboard. Espero que a gente possa ter mostrado um pouco da nossa essência, do que é o Skate de verdade, dessa amizade que a gente tem, para as pessoas que não são do Skate, que estão começando a acompanhar o esporte agora. E é isso, foi coisa linda! Um torcendo pelo outro, e no final foi muito emocionante. Valeu tudo a pena”, comenta Luigi Cini.
O último dos brasileiros a se apresentar foi Pedro Barros, que também teve a maior pontuação na terceira volta, com 91.65, terminando quase que empatado com Augusto Akio.
“Mais uma experiência única, incrível. Poder estar aqui no meio de um lugar que há pouco tempo era tão distante do nosso universo. Mas estar de alguma forma representando o nosso universo, representando a nossa cultura, a nossa essência. A gente acredita que fez um show. Um show não só de Skate, mas um show de camaradagem, de união. Eu acho que é muito mais sobre isso, sabe? No final, nunca foi fácil e a gente chegou até aqui graças à força de todos juntos, todos os skatistas, do Skate como um todo. E ele acontece de várias maneiras. E é muito lindo saber que o Japinha está ali no pódio. Ele está representando a bandeira do Brasil, ganhou uma medalha, e assim a agente pode construir mais pistas de Skate, ter mais lugares para que as pessoas possam andar. E de alguma forma, também, passar adiante sobre o que é a união, o que é o amor. E é isso, a vida é muito linda. Vamos viver, vamos celebrar. Vamos curtir”, completa Pedro Barros.
Classificatórias
Nas classificatórias, Pedro Barros, Luigi Cini e Augusto Akio avançaram para a grande final com a sexta, a sétima e a oitava posição.
Pedro Barros e Augusto Akio foram os primeiros brasileiros a entrar em ação, na terceira bateria. Pedro Barros garantiu a melhor nota na primeira volta: 89.24. Augusto Akio garantiu um 88.79 na primeira apresentação, mas conseguiu melhorar a nota na terceira volta, fechando com 88.98.
“Tá muito bom! Missão cumprida! Não foi fácil chegar até aqui, o nível do Skate está muito alto. Após as últimas Olimpíadas, passei um ano em que eu me desconectei muito do meu corpo, fiquei bem longe do Skate. E ter conseguido isso de volta, buscar a conexão com essa ferramenta sagrada, que sempre foi o meu melhor amigo, sempre foi meu parceiro gigante, desde que eu tenho um ano de idade, para mim é a maior conquista. Estar hoje conectado com o meu corpo, com a minha mente, principalmente com a minha alma, a minha essência. Eu acho que a minha maior missão é poder estar aqui de alguma forma inspirando. A vida vai muito além de só resultados, ela é algo muito mágico, que a gente tem que adentrar essa magia toda pra gente conseguir descobrir, desvendar os verdadeiros potenciais que a gente tem, e todos nós temos. É uma responsabilidade de todos nós, só que essa responsabilidade tem que começar por si só. Eu tive que ter muito amor próprio, eu tive que cuidar muito de mim para estar aqui de volta. E eu estou aqui! Com os melhores skatistas do mundo! Poder estar curtindo esse momento com o Skate, com algo que eu batalhei tanto pra botar em um holofote, principalmente o Skateboard Park, é muito lindo. É uma missão maravilhosa e eu vou continuar fazendo o máximo que eu posso”, destacou Pedro Barros.
“É realmente incrível a sensação do apoio do público. Tanto dos brasileiros, quanto da galera que está aí, de vários cantos do mundo. Eu acho incrível, todo mundo que veio tanto pelas manobras quanto para a apresentação dos malabares. Gostei de verdade de ter vindo aqui, de ter tido essa oportunidade de mostrar um pouquinho mais. Ter vindo para Paris, para mim foi uma honra, uma consagração enorme poder representar nosso país. Eu vim também para propagar a mensagem que o Pedro falou, de a gente conseguir um amanhã melhor. Se eu estiver na final, espero apresentar um Skate de alto nível, porque é a lógica do campeonato. Na final está todo mundo com o Skate no pé. E se eu estiver lá não vai ser diferente”, comentou Augusto Akio ainda sem ter a certeza da vaga na final.
Luigi Cini fechou a participação do Brasil na primeira fase na quarta e última bateria das classificatórias. O skatista assegurou sua melhor nota logo na primeira volta, com 89.10, confirmando a presença dos três brasileiros na final.
“Está sendo muito irada a minha experiência até aqui. E passar para a final com os meus amigos do Brasil, não podia ser melhor. Foi o melhor que a gente poderia ter desejado para essa semifinal. Estou muito feliz de ter acertado a minha volta e estou guardando muita coisa para a final, então vamos com tudo e representar nosso país. Fiz uma volta de segurança, vou arriscar na próxima fase. Ir para a final com meus amigos me deixa mais na vibe. Com certeza vai ser muito legal, é uma energia a mais estar com eles nessa final. Está todo mundo muito feliz com isso e se um de nós não estivesse nessa final, ia ter uma peça faltando. O único país que classificou os três, muito orgulho disso. Muito orgulho da energia do Brasil”, completou Luigi Cini após as classificatórias.
Park feminino
No primeiro dia de disputas do Park, Dora Varella garantiu o quarto lugar em uma final de altíssimo nível. A skatista que já havia sido a melhor brasileira em Tóquio 2020 ficou muito perto do pódio. Isadora Pacheco foi a nona nas classificatórias, ficando perto de uma vaga na final em sua segunda Olimpíada. Em sua primeira edição de Jogos Olímpicos, ficou com a 12ª colocação.
Formato de disputa
No Park, a primeira fase e a final são disputadas com três voltas de 45 segundos para cada skatista, valendo a apresentação de melhor nota. Os oito melhores nas classificatórias garantem vaga na final.
Comissão técnica da Seleção Brasileira
Em Paris 2024, os skatistas brasileiros contaram com o suporte de Bernardo Villano (gerente de Seleções), de Edgard Pereira – Vovô (consultor técnico), de Miguel Zaffari – Catarina (consultor técnico), de Julio Gentil da Cruz – Detefon (coordenador técnico) e Alison Paz (fisioterapeuta).
No Street, Rogério Manosa – Mancha (consultor técnico) e Carlos Barreto (fisioterapeuta) deram suporte aos skatistas.
Olimpíadas de Paris 2024
Nas Olimpíadas, cada modalidade (Park e Street) foi composta por 22 nomes por categoria (Feminino e Masculino), definidos com base no ranking mundial e respeitados os seguintes critérios: uma vaga dedicada ao país-sede (4 no total); pelo menos 1 representante de cada continente; e máximo de três skatistas por país (12 no total).
Em Paris, as disputas foram realizadas na Praça da Concórdia, com preliminares e final acontecendo num único dia.
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