Ao lado do prefeito da capital gaúcha e de demais autoridades, oito nomes batem papo com a imprensa antes de iniciarem a competição
Não é à toa que a segunda etapa do STU National 2023 está sendo chamada de “Porto, a Capital do Skate”. Porto Alegre abraçou o evento de tal forma que várias autoridades fizeram questão de comparecer à coletiva de imprensa nesta sexta-feira (17/03), na pista da orla do Guaíba, a maior da América Latina, para dar as boas-vindas aos skatistas. Estiveram presentes o prefeito Sebastião Melo, o vice-prefeito Ricardo Gomes, a secretária de Esportes Débora Garcia, a diretora de Competitividade, Produção e Mercado da Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Sul, Cláudia Mara, e o diretor do Departamento de Fomento da Secretaria de Esporte e Lazer, Paulo César Verardi.
Entre os protagonistas, um time seleto de skatistas representando os 105 nomes inscritos na etapa, do Street, do Park e do Paraskate. A começar por Cezar Gordo e Carlos Ribeiro, referências do skate gaúcho e brasileiro, que nasceram junto com a famosa pista do IAPI, em 2001. Passando por outros dois rapazes de uma nova e brilhante geração, o atual vice-campeão mundial, Augusto Akio, e o atual campeão da etapa de Porto Alegre, Luigi Cini. Entre as meninas, duas representantes do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Pâmela Rosa e Dora Varella, e Gabi Mazetto, também campeã na capital gaúcha em 2022. Além do paraskatista Ítalo Romano, um dos ícones da modalidade.
As origens do skate no Brasil têm várias páginas escritas em Porto Alegre, o que foi tema na coletiva. Outro assunto que dominou o cenário foi a corrida olímpica, já que falta pouco mais de um ano e meio para os Jogos de Paris. A presença cada vez maior das meninas sobre o shape também entrou em discussão. Sem falar da importância do Paraskate, a passos largos para ingressar no cardápio de esportes da Paralimpíada. Acompanhe os principais trechos do bate-papo com os jornalistas:
Cezar Gordo
“Comecei criança a andar de skate aqui e não dava para imaginar e nem sonhar que se tornaria tão grande na cidade e no país. Todo esse processo por décadas é algo gratificante, mas especialmente saber que a gente cresceu de uma forma organizada e estruturada no Brasil. E no tempo que ele tinha que crescer. Talvez se acontecesse cinco, dez anos atrás não estaríamos preparados, nem o skatista nem o mercado, para receber tudo isso. As coisas acontecem no tempo em que têm que acontecer. Impressiona ver aonde tudo isso chegou, até mesmo numa Olimpíada. Muito legal ver toda essa nossa juventude dentro dos Jogos”.
Carlos Ribeiro – Street
“Faço minhas as palavras do Gordo. Nossa geração foi criada no IAPI, em 2001. Hoje em dia, a gente viaja e se encontra em vários lugares do mundo e sempre se lembra do IAPI, nossa origem. Ter uma pista como essa aqui hoje na orla é fazer com que essa nova geração nos dê muitos ídolos. E o nível desse complexo proporciona isso para a galera. E ter um evento dessa magnitude em Porto Alegre é muito gratificante, é receber os amigos na nossa casa”.
Dora Varella – Park
“O skate precisava entrar nas Olimpíadas para a gente mostrarmos para todos aqueles que tinham uma visão um pouco deturpada do que é o nosso esporte, uma visão marginal, de que não é para todos. A gente queria mudar isso e tinha uma missão. Além de conquistar medalhas, pretendíamos mostrar o quão divertido é o skate e como faz bem para nossas vidas. E acho que todo mundo conseguiu perceber isso. Todos que assistiram curtiram essa vibe que o skate proporciona. E até muitas meninas quiseram experimentar depois de ver outras ali andando. Tomaram como referência e viram que era possível. O alcance passou a ser muito maior. Por isso que o skate continuou muito forte e crescendo muito depois dos Jogos. E é só o começo”.
Pâmela Rosa – Street
“É bom frisar que nós, skatistas, fazemos com que tudo se torne mais leve. Acho que foi isso que atraiu mais as pessoas. Apesar de ser um esporte individual, está sempre uma torcendo e vibrando pela outra, todas ali se divertindo. Muitos até estranham e perguntam por que você está torcendo por ela. É porque nosso dia a dia é assim. Muitas vezes, treinamos juntas. Ficamos ali tentando as manobras e, quando chega na competição e conseguimos acertar, todas acabam vibrando juntas. É cada uma puxando a outra. E essa visibilidade em Tóquio foi muito boa, não só para o skate competitivo como para todos que vivem dele. Mais marcas apareceram querendo fazer parte, até aquelas que nem tinham muito a ver com o skate. Chegaram para somar. E ainda tem muito campo para crescer, o que é fantástico. Estamos aqui para ajudar no que for preciso”.
Gabi Mazetto – Street
“É muito importante um campeonato desse nível como é o STU National hoje. Isso também nos prepara para outros grandes torneios lá fora. Podemos dizer que é um grande evento e também um grande treinamento para competições que contam pontos para a corrida olímpica. E ela já começou. E a gente só tem que andar cada vez mais, treinar, treinar, treinar e se divertir. Fazer o nosso melhor papel e mandar bem nas manobras. É um prazer enorme estar mais uma vez aqui em Porto Alegre e desfrutar dessa pista incrível. Esperamos que o público curta tanto quanto a gente”.
Augusto Akio – Park
“O skate brasileiro é muito forte, visto como referência no mundo. Muito por termos uma confederação muito organizada, capaz de proporcionar, junto ao STU, um circuito profissional e com a inclusão de amadores. E muito bem remunerado e bem feito em prol do skateboard. Aqui a gente encontra várias gerações, de skatistas de diferentes regiões, que compartilham dos mesmos ideais, com coisas em comum, seja no skate, na música, na arte e na cultura. Engloba toda essa vivência do esporte e também do coletivo, da relação de pessoas e da empatia que o skatista tem um pelo outro. Aqui podemos colocar nossas cartas na mesa e, de fato, analisar que o skate brasileiro está muito forte, realmente. Se colocarmos na ponta do lápis nosso nível e capacidade, teríamos condições de ter uns dez skatistas disputando a Olimpíada (são apenas três por modalidade e em cada naipe). Assim, independentemente de quem chegar em Paris, a gente tem a certeza de que vai fazer bem feito”.
Luigi Cini – Park
“É muito legal a gente olhar para o skate brasileiro e ver o nível que ele atingiu. Não é de hoje que a gente tem grandes nomes. O Carlos e o Gordo estão aqui para comprovar isso, mostrando um skate muito forte mundo afora há algum tempo, representando nosso país. Ver estruturas como essa aqui em Porto Alegre, como em outras cidades por onde a gente tem passado, só faz com que o nosso nível seja cada vez maior. Nos campeonatos mundiais a gente vê que o Brasil é uma das maiores potências, e é muito legal ver que a gente consegue passar toda essa nossa energia que o Japa comentou. É também sobre amizade, dessa grande família que é o skateboard. Tem muita coisa para acontecer até a Olimpíada e tenho certeza de que o Brasil vai chegar com tudo e fará bonito”.
Ítalo Romano – Paraskate
“Tive uma participação num programa de TV, em 2011, e percebi que o Paraskate cresceu muito depois desse momento. Recebia várias mensagens de pessoas que diziam que começaram a andar de skate por terem visto aquela minha entrevista, e falando que eu mudei a vida delas. Isso é muito legal, não tem preço. Fui um dos pioneiros, comecei através do Og de Souza (experiente paraskatista pernambucano), uma referência, e hoje temos vários outros nomes andando. O Paraskate estava com grande chance de entrar na Paralimpíada. Era para ser já em 2028, mas, infelizmente, não vai acontecer, apesar de estarmos tentando reverter a situação. Se não acontecer, só em 2032. Já estarei velho, mas é certo de que o nosso esporte estará bem representado. Temos Felipe Nunes, Vini Sardi, Tony Alves e diversos outros. Hoje, se não me engano, somos um número de 52 atletas no Brasil. O STU abriu essas portas para nós, colocando o nosso esporte em evidência, e muitos passaram a nos acompanhar. E a tendência é só crescer”.
A segunda etapa de 2023 do STU National é apresentada pela Secretaria de Estado do Esporte e Lazer e pelo Banco BV, um dos maiores bancos do país, com patrocínio da Monster Energy e da Oi, e é homologada pela CBSk. É viabilizada pela Prefeitura de Porto Alegre, pelo Governo do Rio Grande do Sul e pelo Pro-Esporte. Tem como parceira especial a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul, além dos parceiros oficiais Baw, Drop Dead, Matriz Skateshop, FGSKT, Hospital Mãe de Deus, Altermark e Eletromídia. A Tiger e a Fruki são a cerveja e o refrigerante oficiais do evento.
PROGRAMAÇÃO:
18/03 (sábado)
14h às 15h20 – Semifinal Street feminino (ao vivo no SporTV3 e no TikTok)
15h10 às 16h30 – Semifinal Park feminino (ao vivo no TikTok)
17h às 18h20 – Semifinal Street masculino (ao vivo no TikTok)
18h20 às 19h40 – Semifinal Park masculino (ao vivo no SporTV3 e no TikTok)
16h – URB MUSIC TOUR
19/03 (domingo)
11h05 às 12h05 – Final Street feminino (ao vivo na TV Globo)
14h às 15h15 – Final Park feminino (ao vivo no SporTV2 e no TikTok)
15h05 às 16h30 – Final Paraskate Street (ao vivo no TikTok)
16h30 às 17h45 – Final Street masculino (ao vivo no SporTV2 e no TikTok)
17h45 às 19h – Final Park masculino (ao vivo no SporTV2 e no TikTok)
19h às 20h – HIGH JUMP BV
Fotos em anexo: Julio Detefon/Divulgação STU
Siga as nossas redes:
Instagram: @skatetotalurbe
TikTok: @skatetotalurbe