Em março, skatista voltou às pistas pela primeira vez desde que foi submetida a uma cirurgia no cotovelo, em novembro de 2024

O ano de 2024 começou difícil para Gabi Mazetto. Ela voltava de uma lesão que a obrigou a operar a fíbula. O sonho olímpico estava ameaçado. Mas, consciente, obstinada e cercada de bons profissionais, teve tempo para garantir sua vaga e representar o Brasil nos Jogos de Paris. No fim da temporada, porém, encarou uma outra cirurgia, desta vez no cotovelo, e teve que deixar o skate de lado de novo. Há um mês, enfrentando seus medos, retornou de vez às competições.
A nova cirurgia foi realizada no dia 20 de novembro, depois de sofrer uma lesão em dois ligamentos do cotovelo, atingindo a cabeça do rádio e o úmero. Após muito trabalho de fisioterapia, Gabi Mazetto voltou às pistas em março, em Porto Alegre (RS), na etapa de abertura do STU Pro Tour, a nova liga mundial de skate. Admite que nem esperava chegar à final da modalidade Street (terminou em 4º lugar), tamanho o receio que tinha em voltar a fazer simples manobras.
“Posso dizer que até me surpreendi com meu resultado. Mas, graças a Deus e ao meu esforço, consegui ir para a final. Confesso que, todos os dias em que andava, sentia medo e insegurança para mandar certas manobras. Mas enfrentei e fui melhorando a cada dia que passava. E sigo assim, encarando tudo de frente. Sei que leva um tempo para voltar ao meu melhor, mas não tenho pressa. Estou respeitando meu corpo e minha mente”, disse ela.
Natural de Praia Grande, na Baixada Santista, Gabi Mazetto é um dos grandes nomes já confirmados para a primeira etapa do STU National, em Criciúma (SC), o circuito brasileiro de skate, de 18 a 20 de abril. Pelo quarto ano seguido na pista do Parque da Prefeitura (só não disputou em 2021), ela ainda persegue o título na cidade catarinense. Em 2022, terminou em terceiro. Em 2023, subiu ao pódio novamente, mas em segundo. No ano passado, o quinto lugar.
“Como sempre digo, o STU National é uma das maiores competições que temos no skate. A maioria das pessoas que conheço gostaria de participar. Adoro competir as etapas pelo Brasil. E é muito legal ver que uma nova geração chega com força. Não só as que já estão nas pistas, mas também as que acompanham tudo ao vivo, querendo um dia ser uma de nós. E estarei sempre aqui para ajudar na evolução do skate”, comentou Gabi, hoje uma “veterana” de 27 anos.
Neste ponto, Mazetto diz se sentir honrada por inspirar tantas meninas. Sabe bem que é um espelho para que as mais novas possam, um dia, fazer tudo o que ela aprendeu a fazer. E até mesmo encarar os mesmos medos inseridos no esporte e na vida. Criciúma, que neste ano comemora seu centenário de emancipação política administrativa e respira skate, já está à espera de Gabi e mais de 80 skatistas e paraskatistas.
A etapa de Criciúma do STU National 2025 tem patrocínio master do Banco BV e como patrocinadores a Prefeitura de Criciúma, o Centenário, a Fundação Municipal de Esportes, a Red Bull e a Heineken 0.0. É homologada pela CBSk e tem apoio da ABPSK, da Drop Dead e da FCSK.

Fotos: Julio Detefon/ STU