Dora Varella é melhor brasileira do Park em Paris 2024 com quarto lugar em final de altíssimo nível

O primeiro dia de disputas do Park nos Jogos de Paris 2024 terminou com Dora Varella na quarta posição da final, com um 89.14 na terceira e última volta. A skatista, que já havia sido a melhor da modalidade em Tóquio 2020, ficou muito perto de conquistar a primeira medalha olímpica do Park feminino. 

Em uma final de altíssimo nível, o pódio ficou com a australiana Arisa Trew, em primeiro lugar (93.18 na terceira volta), a japonesa Cocona Hiraki, em segundo (92.63 na terceira volta), e a britânica Sky Brown, na terceira posição (92.31).

Isadora Pacheco (9ª) e Raicca Ventura (12ª) também representaram o Skateboarding brasileiro nas classificatórias, mas não conseguiram avançar entre as oito melhores para a final.

Dos três nomes do Park feminino em Paris 2024, dois também estiveram em Tóquio 2020. Dora Varella já havia sido a melhor brasileira no Japão, com a sétima posição. Na estreia do Skateboarding em Olimpíadas, ela foi seguida por Yndiara Asp, no oitavo lugar. Isadora Pacheco foi a 10ª em Tóquio. Raicca Ventura realizou sua estreia em Olimpíadas nos Jogos de Paris 2024.

Final

Dora Varella abriu a bateria da final com um 85.06 logo na primeira volta. A skatista ainda fechou sua apresentação com um 89.14 na terceira volta.

“Eu posso falar que hoje é o melhor dia da minha vida. Segunda final olímpica, segunda Olimpíada que tem o Skate e o melhor resultado do Park feminino em uma Olimpíada. Estou muito feliz! Quarto lugar com gostinho de medalha, com gostinho de superação. Fiz tudo o que eu planejei, que eu me dediquei, que eu treinei. E deu certo na hora que tinha que dar. Ainda não caiu a ficha, então eu não posso nem dizer o que eu estou sentindo, porque são muitas emoções. É um turbilhão de coisas que está rolando, e eu estou muito feliz! Isso é pra todo mundo que torceu por mim, aí de casa, que está aqui na arquibancada. Tinha muito brasileiro. Eu estou muito satisfeita com o que eu fiz. Eu repeti todos os dias, aqui na Olimpíada, que eu vim para me divertir, dar o meu máximo, e foi isso o que eu fiz. Então, para mim é uma medalha. Foi a volta da minha vida. Foi a melhor volta que eu já fiz em um campeonato. Eu sei que consigo mais, vou continuar treinando, não acaba por aqui, a gente tem muita coisa pela frente. Eu faço isso porque eu amo muito andar de Skate. Essa vibe é incrível!”, comemora Dora Varella.

Classificatórias

Nas classificatórias, Dora Varella garantiu a oitava colocação, sendo a melhor brasileira. Isadora Pacheco foi a nona e Raicca Ventura a 12ª.

Isadora Pacheco e Raicca Ventura foram as primeiras a entrar em ação, na segunda bateria. Ambas garantiram a melhor nota na primeira volta. Isadora somou 82.07 e Raicca 76.24.

“Eu curti muito a minha volta. Fiquei muito feliz que eu acertei na primeira. A gente tem três chances de acertar, mas quando acerta na primeira tira um peso enorme das costas. Então, quando eu acertei eu fiquei muito feliz e vi que eles valorizaram bem a minha volta. Eu tentei correr ao máximo nas manobras e dar os aéreos bem altos para impressionar com meu rolê, e eles curtiram bastante. Depois que eu fiz 82, eu tentei dar o Flip Yndi pra tentar aumentar a minha nota. Na segunda volta eu quase acertei, na terceira eu pisei, mas espirrou”, explica Isadora Pacheco. 

“Depois das Olimpíadas de Tóquio, o Skate cresceu bastante, principalmente o Skate feminino, e eu fiquei muito feliz porque eu faço parte disso, eu sou uma grande inspiração para as meninas que estão chegando. E é bom ver a galera, tem um monte de menininha assistindo e torcendo pela gente. A gente fica muito feliz de ver o Skate crescendo”, completa Isadora, que disputa sua segunda Olimpíada.

“Eu pensei: ‘Vou dar a minha primeira volta básica’, e acertei. Minha volta não foi tão boa porque foi uma volta básica. A segunda e a terceira, que eu ia fazer a minha melhor volta, eu errei, e é normal errar. Óbvio que eu queria acertar, mas acabou que não deu. Na segunda volta, eu fui tentar o Flip Yndi, mas estava sem velocidade, dava pra sentir. Na última eu pensei: ‘Agora vou acertar’, mas eu errei uma manobra básica antes, porque travou. Mas é isso. Eu estou feliz só de estar aqui. A minha luta era chegar até aqui e eu estou aqui. Então, tenho que estar orgulhosa, mesmo”, comenta Raicca Ventura.

Dora Varella foi a última brasileira a competir nas classificatórias, marcando presença na quarta bateria. Ela garantiu sua melhor nota na segunda apresentação: 82.29.

“Eu caí na última bateria, já foi um alívio, eu estava bem nervosa quando fizeram o sorteio. Eu sabia que assim que eu fosse correr eu já ia saber quantos pontos eu ia ter que tirar, o que eu teria que fazer. Então eu comecei com uma volta já com uma dificuldade grande, mas acabei perdendo velocidade em uma parte e não executei do jeito que eu queria. Eu tirei uma nota que eu fiquei muito na bolha, sabia que elas iriam passar porque elas andam muito. Eu treinei uma manobra que é o heelflip transfer, e eu sabia que se eu não colocasse essa os juízes não iriam subir minha nota. Se eu melhorasse um pouquinho eles não iriam se impressionar. Eu pensei: ‘Eu tenho que impressionar eles, não tem jeito’. E na hora que eu acertei, parecia que eu estava só existindo, meu corpo estava fazendo o trabalho. Tudo conspirou a favor. Treinei essa manobra todos os dias desde que eu soube que eu estava classificada para as Olimpíadas e graças a Deus deu certo”, comemorou Dora Varella logo após a quarta e última bateria, que definiu sua classificação.

Formato de disputa

No Park, a primeira fase e a final são disputadas com três voltas de 45 segundos para cada skatista, valendo a apresentação de melhor nota. Os oito melhores nas classificatórias garantem vaga na final.

Masculino

Nesta quarta-feira (07), será a vez de Augusto Akio, Luigi Cini e Pedro Barros representarem o skateboarding brasileiro. As preliminares começam às 7h30 (BRA), com a final acontecendo às 12h30 (BRA). A competição segue com transmissão ao vivo pela Cazé TV, SporTV e TV Globo.

Comissão técnica da Seleção Brasileira

Em Paris 2024, os skatistas brasileiros contam com o suporte de Bernardo Villano (gerente de Seleções), de Edgard Pereira – Vovô (consultor técnico), de Miguel Zaffari – Catarina (consultor técnico), de Julio Gentil da Cruz – Detefon (coordenador técnico) e Alison Paz (fisioterapeuta).

No Street, Rogério Manosa – Mancha (consultor técnico) e Carlos Barreto (fisioterapeuta) deram suporte aos skatistas.

Olimpíadas de Paris 2024

Nas Olimpíadas, cada modalidade (Park e Street) é composta por 22 nomes por categoria (Feminino e Masculino), definidos com base no ranking mundial e respeitados os seguintes critérios: uma vaga dedicada ao país-sede (4 no total); pelo menos 1 representante de cada continente; e máximo de três skatistas por país (12 no total).

Em Paris, as disputas estão sendo realizadas na Praça da Concórdia, com preliminares e final acontecendo num único dia.

No Park, a primeira fase e a final são disputadas com três voltas de 45 segundos para cada skatista, valendo a apresentação de melhor nota.

Confira o cronograma do último dia do Skateboarding em Paris 2024!*

Park masculino – 7 de agosto (quarta-feira) – 7h30 – preliminares / 12h30 – final.

Obs.: horários pelo fuso brasileiro.

Dora Varella – Foto CBSk / Julio Detefon

/// FONTE

Avatar de Sagaz

Por Sagaz

/// Diretor de Arte por profissão e Skatista da vida. Conhecido como Julio Sagaz no Vale do Paraíba/SP, skatista overall desde 1995, passando pelas marcas Ramp Real Street/Santos, Posso! Caçapava, Posso/Adidas, Posso/RedNose e DoubleM. Atualmente é diretor da agência de publicidade e criador do maior portal de skate do vale do Paraíba a Skate Vale Brasil. O portal se destaca não apenas por divulgar os principais picos de skate, pistas, principais eventos e talentos do skate, mas também por ser a única mídia de skate que inclui LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) em sua plataforma, promovendo a inclusão e acessibilidade. 🛹💥🤟🌎📌📸 #juntossomosmaisfortes #skatesalva #mapadaspistas #valedoparaibasp