Com mar calmo, sem ondas, surfistas resolveram construir bowls no quintal de suas casas para passar o tempo. Virou uma tradição
O STU National 2025, o circuito brasileiro de skate, chega a sua segunda etapa daqui a exatamente uma semana, no dia 23, em Florianópolis (SC). Mas você sabe qual a origem e a história do esporte sobre rodinhas na capital catarinense? Como nasceu, cresceu e se conectou com a cultura local, produzindo pistas e também diversos talentos para o mundo? O “irmão” surfe, há décadas uma febre entre os praticantes na Ilha da Magia, é a resposta e explica essa disseminação.
O empresário e surfista de Floripa, Márcio Konig, inclusive pai de Kalani Konig, um dos expoentes da nova geração e atual campeão brasileiro na modalidade Park, relata que o skate surgiu praticamente como um passatempo dos surfistas locais. Nos momentos em que o mar estava “flat”, calmo, sem ondas, eles resolveram construir pistas particulares no quintal das suas casas, os chamados “bowls”, porque, por volta dos anos 70, não havia pistas públicas na cidade.
“Floripa sempre foi do surfe. Sempre foi referência e uma das capitais do esporte no Brasil. Os surfistas vinham pra cá por conta disso. Estamos falando da década de 70. Foi quando surgiu esse movimento que falei da construção de pistas particulares, já que não tinham pistas à disposição das pessoas. Na realidade, até existia a pista do Clube 12, construída em 1977, mas era preciso ser sócio, não era todo mundo que usava. Dali em diante, surgiriam outras”, lembra.
De forma mais democrática, com o tempo foram construídos outros bowls, como na Hi Adventure, na casa de Pedro Barros e na Red River, esta propriedade do próprio Márcio Konig, no bairro Rio Vermelho, do outro lado da ilha. Assim foram surgindo os primeiros profissionais de bowl, de transição e de Skate Park de Florianópolis. E tudo sendo passado de pai para filho, numa cultura surfe/skate já totalmente enraizada e consolidada.
“Começou a surgir muita gente boa, porque virou uma tradição pegar onda pela manhã e andar de skate à tarde. Hoje, provavelmente é o lugar com mais pistas privadas por metro quadrado no Brasil. É quase uma do lado da outra. Só no meu bairro devem ter umas 12. No Rio Tavares são mais de 20. Até lembra muito a Califórnia. E os fenômenos começaram a aparecer, como Pedro Barros, o próprio Kalani, Vi Kakinho, Yndiara Asp, Marcos Gabriel, Caíque Silva…”
A modalidade Park se disseminou de tal forma em Florianópolis que, dos 72 skatistas confirmados para a disputa da segunda etapa do STU National, nas pistas do Skatepark do Abraão, de 23 a 25 de maio, dez deles são da casa, anfitriões, mas nenhum do Street: Isadora Pacheco, Yndiara Asp, Pedro Carvalho, Kalani Konig, Ian Poletto, Nicolas Falcão, Diego Takahashi, Vini Kothe, Mateus Guerreiro e João Bito – apenas Kalani, pela versatilidade, disputa as duas.
INGRESSOS – Para curtir o melhor do skate bem de perto, os ingressos já estão disponíveis para retirada no site da ZIG (https://zig.tickets/eventos/stu-national-florianopolis-2025-eliminatorias). É gratuito e permite acesso às arquibancadas das modalidades Street e Park, mediante à disponibilidade de lugar, e às áreas comuns como ativações, praça de alimentação, à feira URB e aos shows do dia. Cada pessoa tem o direito a retirar, por pedido, até 5 ingressos.
O STU National de Florianópolis tem o patrocínio Master do Banco BV, um dos maiores bancos do país, e conta com patrocínios da Prefeitura de Florianópolis, da Red Bull e da Heineken 00. Mini Kalzone é o parceiro especial, com Drop Dead, ABPSK e FCSK como apoiadoras. O evento é homologado pela CBSk, a Confederação Brasileira de Skateboarding.
Fotos: Julio Detefon / STU
